Sabesp negocia compra da EMAE e abre caminho para novas ações de preservação na Represa Guarapiranga
- Nossa Guarapiranga

- 11 de nov.
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A negociação da compra da EMAE (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) pela Sabesp, anunciada em outubro de 2025, pode redefinir a gestão das represas Guarapiranga e Billings. A possível integração entre as duas companhias traz novas perspectivas para o tratamento dos rios e córregos, a melhoria da qualidade da água e o reforço na proteção dos mananciais que abastecem milhões de moradores da Região Metropolitana de São Paulo.
As margens da Represa Guarapiranga enfrentam, há décadas, o avanço de ocupações irregulares que pressionam o meio ambiente e comprometem a qualidade da água. Em muitas dessas áreas, a ausência de infraestrutura de saneamento básico faz com que o esgoto seja despejado diretamente nos córregos que deságuam na represa, intensificando a poluição e dificultando sua recuperação.

O processo de regularização fundiária ou reassentamento das comunidades nessas regiões é lento e complexo, envolvendo múltiplas instâncias de governo, limitações legais e orçamentárias. Enquanto essas soluções não avançam, o impacto ambiental aumenta e a recuperação dos mananciais torna-se cada vez mais desafiadora – exigindo ações preventivas e integradas de saneamento.
Sob a possível nova gestão unificada da Sabesp e EMAE, torna-se viável planejar e executar ações coordenadas de despoluição, desassoreamento, monitoramento e manutenção das represas Guarapiranga e Billings. Essa integração poderá permitir também a ampliação do alcance de programas como o Córrego Limpo, que tem apresentado resultados na recuperação de córregos urbanos e na redução da poluição difusa em São Paulo.
Instituído em 2007, o Programa Córrego Limpo é fruto de uma parceria entre a Sabesp e a Prefeitura de São Paulo. A iniciativa reúne esforços para implantar e regularizar redes de coleta de esgoto, promover o tratamento adequado, recuperar margens e coordenar ações conjuntas entre órgãos municipais de infraestrutura, meio ambiente e subprefeituras. Diversos córregos urbanos já foram revitalizados ao longo dos anos, comprovando a eficácia do programa.
A Represa Guarapiranga é um dos principais mananciais da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), garantindo o abastecimento de água para cerca de 5 milhões de pessoas, segundo o Sistema Integrado de Gestão Ambiental (SIGAM) da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo (SEMIL).
Diante dessa importância, a Associação Nossa Guarapiranga (ANGua) defende que a melhoria da qualidade da água dos afluentes da Guarapiranga seja tratada como prioridade absoluta. Nossa proposta é a instalação de "Unidades de Recuperação" (UR) nos seguintes rios, córregos e ribeirões contribuintes da represa: Embu-mirim, Guavirutuba, Itupu, das Pedras, Bonito, São José, Tanquinho e Caulim, uma solução que foi utilizada no programa Novo Pinheiros com bons resultados. Proteger a Guarapiranga é essencial para garantir a sustentabilidade hídrica, o equilíbrio ambiental e o futuro do abastecimento de São Paulo.

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